quinta-feira, 4 de novembro de 2010
O Ventre
O Velho e o Mar
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Cleo e Daniel
sábado, 10 de abril de 2010
seymour
segunda-feira, 8 de março de 2010
Miss Corações Solitários
Fragmentos de um Discurso Amoroso
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Tonio Kröger
o peito de ar.
O corpo pronuncia a palavra - artista
através do tapete vermelho da língua.
Tonio Kröeger como a maioria de nós teve uma infância miserável.
Ele não era loiro,
tampouco atlético.
Tonio
cresceu,
e virou artista.
Ao longo do livro,
com a pretensão de quem recebe os louros do contexto,
ele discorre sobre as vicissitudes da arte,
e do seu gênio.
São tocantes as passagens em que nos é revelada e natureza doce,
atenta e pespicaz,
do personagem.
Por outro lado,
os monólogos extenuantes sobre o artista e a sua arte
arrancam a empatia do leitor a dentadas.
O livro é uma caminhada com tal acompanhante,
cabe a cada um aproveitar mais o diálogo,
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
o(s) Belo(s)
Dizem que beleza não põe a mesa. Mas quem disse que os belos precisam por a mesa? Eles arranjam quem o faça. E isso sem precisarem fazer nada. São bonitos, e sabem disso. E mais que saberem que são bonitos, sabem o quanto o ser humano é vulnerável à beleza. Podemos até nos casar com pessoas que ponham a mesa, mas são os belos que nos inebriam e nos levam à loucura. Fazemos qualquer coisa pelas criaturas descendentes do Monte Olimpo. Fazíamos há dois mil e poucos anos, há cento e poucos, fazemos hoje e vamos continuar fazendo.
Gitone, levou Ascilto e Encolpio ao degladio por ele. Quando se deu conta de sua beleza, Dorian Grey ateou fogo em Londres. Obcecado por Tadzio, Aschembach morre admirando-o, sabe-se lá se pela cólera ou se pelo amor.
Sim. Falamos aqui de três homens. Três homens que levaram pessoas à loucura, simplesmente por serem belos. Não tratemos das batidas e famosas femmes fatales dos livros de espiões, que enganam a todos pelos meios para atingirem um fim. São simples. Ardilosas e maquiavélicas, mas ainda assim planas. Falemos desses três, que nada precisam fazer para que matem ou morram por eles.
No raso da questão, são três personagens que não valem a areia da praia em que pisam, mas são aqueles que povoam nossos sonhos após o fim de cada página. Sonhar com femmes fatales ou com heróis que salvam o mundo pode até ser bom, mas são aqueles que não fazem o mínimo esforço que nos hipnotizam. E justamente por essa indiferença, por esse olhar de desprezo é que caímos por eles.
Talvez esteja sendo superficial demais e inconscientemente tentando fazer uma ode aos mais belos e traiçoeiros rapazes da literatura. Talvez até pareça uma menina pré-adolescente encantada com uma estrelinha do rock juvenil, mas não consigo mais que isso. Além do mais, se mesmo Petrônio, Wilde e Mann não conseguiram desbancar esses três, quem sou eu para fazê-lo?
por Murillo Teixeira
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Fup
Fup virá até você.
Entretanto,
isso pouco importa,
os meios, os nomes, os fetiches.
Pois esse é, antes de tudo,
um livro honesto.
Cheio de inteligência, humor, simplicidade e
embora seja suspeito assim atestar,
Os personagens são uma extensão dessas características: o velho Jake (e seu whiskey caseiro - o velho sussurro da morte), seu neto Miúdo (de dois metros de altura e um coração proporcional) e a pata de estimação, Fup.
Vale a pena ler, e pouca coisa a mais pode-se dizer de relevante.
Obsevação:
Tudo o que eu disse sobre o acaso e sobre a editoração de Fup não é mais verdade, a José Olympio reeditou-o em 2007. Entretanto, é mais divertido pensar o contrário.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Coração das Trevas / Homens Ocos
aliás, o seu clássico,
é o Coração das Trevas, de Joseph Conrad.
Eu escrevi um pouco sobre ele,
mas quando eu li o poema que T.S. Eliot fez baseado no livro
me calei.
O poema chama Homens Ocos,
e aqui estão trechos dele:
"[...]
E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam às pedras quebradas.
[...]
Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro. "
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
O Senhor das Moscas
na ilha perdida sem tempo e espaço corre um rumor.
Há na ilha o mau. O Bicho.
O Senhor das Moscas.
Os meninos menores têm medo,
e depois de um tempo os maiores também.
Têm medo e clamam por sangue
Não há bebida na ilha,
eles se embriagam.
A noite a única luz vem da fogueira,
refletindo nos corpos vermelhos, morenos, pintados.
Grito, sangue, bicho.
O senhor das moscas.
O eco persiste: