quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Senhor das Moscas

O horror está dentro do homem.
As páginas se sucedem nessa leitura de angústia,
o eco persiste:
o horror existe,
e está dentro do homem.

Numa ilha deserta do pacífico um avião cai. Dos destroços restam apenas um grupo de meninos, aproximados por denominadores comuns - ingleses, inocentes, exilados de guerra.

Na ilha em que estão tudo é abundante, há água doce, frutos. Há porcos do mato e recifes que a protegem e no qual prolifera a vida. Nada falta, a ilha os acolhe com promessas de equilíbrio e paz.

Entre os meninos há encanto. O sol descendo oblíquo por suas costas jovens, o gosto sincero do frescor. Não há leis, não há obrigações.

Os meninos se organizam quando um deles chama o som da concha. O óculos da razão faz a fogueira, a única possibilidade de comunicação, e, portanto, de salvação.

Entretanto,
na ilha perdida sem tempo e espaço corre um rumor.
Há na ilha o mau. O Bicho.
O Senhor das Moscas.
Os meninos menores têm medo,
e depois de um tempo os maiores também.

Há a caça, os porcos. Os corpos jovens dos meninos clamam por sangue.
Têm medo e clamam por sangue
Se embrenham na dança da destruição.
Não há bebida na ilha,
eles se embriagam.
A paixão dionisíaca da destruição.
A música da morte, o vai-e-vem do sangue.
A noite a única luz vem da fogueira,
refletindo nos corpos vermelhos, morenos, pintados.
Grito, sangue, bicho.
O senhor das moscas.

A leitura acaba.
O eco persiste:
o horror existe,
e está dentro do homem.

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