sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tonio Kröger

A boca enche-se de saliva,
o peito de ar.
O corpo pronuncia a palavra - artista
através do tapete vermelho da língua.

Tonio Kröeger como a maioria de nós teve uma infância miserável.
Ele não era loiro,
tampouco atlético.
O modelo acadêmico de sua época era retrógrado e não o compreendia.
Por isso, justificadamente, ele decidiu deixar o tão desconfortável exterior para seus conterrâneos, passando a habitar os cantos tortuosos, porém seguros, da sua subjetividade.

Tonio
cresceu,
e virou artista.

Ao longo do livro,
com a pretensão de quem recebe os louros do contexto,
ele discorre sobre as vicissitudes da arte,
e do seu gênio.

São tocantes as passagens em que nos é revelada e natureza doce,
atenta e pespicaz,
do personagem.
Por outro lado,
os monólogos extenuantes sobre o artista e a sua arte
arrancam a empatia do leitor a dentadas.

O livro é uma caminhada com tal acompanhante,
cabe a cada um aproveitar mais o diálogo,
ou a paisagem.

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